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Inesquecível Pelé

O Rei do Futebol deixou o maior legado da história do esporte brasileiro

Imagem ilustrativa da imagem Inesquecível Pelé

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O Brasil se despediu, nesta quinta-feira, 29, da maior estrela do futebol brasileiro. Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, morreu aos 82 anos devido à falência múltipla dos órgãos. O Rei do Futebol deixou um enorme legado para o futebol, além de ter marcado diversas gerações. Sem dúvidas, é a maior figura do esporte do Brasil.

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Pelé nasceu em Três Formigas, no interior de Minas Gerais, em 23 de outubro de 1940, e começou a carreira na equipe infanto-juvenil do Bauru Atlético Clube, em São Paulo. Lá, conquistou o campeonato de futebol de salão, em 1955. Iniciava-se aí uma trajetória que mudaria o futebol para sempre. No final dos anos de 1950, Pelé foi transferido para o Santos Futebol Club, onde vencera por dez vezes o campeonato paulista. E faturara a Taça Brasil entre 1961 e 1965, sempre fazendo a diferença em campo.


		Inesquecível Pelé
Fonte: Reprodução

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A forte presença em campo era contraposta ao seu jeito mais reservado, com uma voz grave e uma postura séria. Fora dos campos, participou de longas e novelas, gravou canções com Elis Regina e participou de propagandas. Em 1970, foi investigado pela Ditadura Militar por supostamente "simpatizar" com a esquerda política. Era dono de opiniões conservadoras e foi criticado por não abraçar as causas das quais ele pertencia.

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Foi essa presença em campo que levou Pelé à Copa do Mundo de 1958. O craque formou com Mané Garrincha, então ponta-direita do Botafogo, uma parceria que infernizou os adversários, com jogadas rápidas, inteligentes, habilidosas e provocativas. Após virar o placar para 2x1 contra a Suécia, eis que o menino prodígio fez um gol antológico: chapelou o marcador e, sem deixar a bola cair, emendou para o fundo das redes. “Pelé não jogava. O atleta do século dava espetáculo”, diz o jornalista Renato Dias, 52.

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Nostalgia para quem lembra, as jogadas de Pelé eram incofundíveis, era um verdadeiro gênio e sabia o que fazia em campo. Driblava como ninguém e corria atrás da bola como se fosse o vento, era onipresente e temido pelos adversários. Seu nome já estava consolidado no futebol e se tornou um símbolo nos anos seguintes. Das quatro copas que disputou, venceu três.

“Vê-lo jogar, bem valia uma trégua e muito mais. Quando Pelé ia correndo, passava através dos adversários como um punhal. Quando parava, os adversários se perdiam nos labirintos que suas pernas desenhavam. Quando saltava, subia no ar como se o ar fosse uma escada”, escreveu o jornalista Eduardo Galeano (1940-2015), na obra “Futebol ao Sol e à Sombra”. Sim, o melhor jogador de todos os tempos embelezou o esporte mais popular do planeta com dribles, com gols, com lances… Pelé faz parte da identidade cultural brasileira, e pronto!

O contabilista Odinir Tavares, 71, que é torcedor do Corinthians e não viu seu time durante a década de 1960 vencer o Santos, lembra que o Rei do Futebol fazia as jogadas mais improváveis em campo. “Você nunca sabia o que esperar dele, mas sempre era uma coisa de outro planeta”, afirma Tavares. Segundo ele, o craque era caçado durante as partidas, porém sempre dava um jeito de se livrar dos marcadores, que muitas vezes eram desleais. “Pelé, no entanto, também sabia ser, e se fosse preciso dava ‘no meio’ do rivais. O Rei era magnífico”.

Ao todo, o incômodo jejum de vitórias do Timão contra o Peixe durou 11 anos. “Mas não conseguíamos ficar com raiva daquele timaço do Santos porque ele era bom demais. Dava gosto de assistir Pelé e companhia: era um futebol totalmente diferente do jogado hoje em dia, era mais lento, mais pensado”, recorda-se o contabilista. “Na final da Copa de 1970, contra a Itália, nem ficamos preocupado pelo fato de o Brasil sair atrás do marcador, pois era consequência natural virarmos o jogo”, opina Tavares. A seleção venceu a Azzurra por 4x1.

Nas décadas seguintes, os torcedores viram jogadores de alto nível fazer história: Johan Cruyff, Franz Beckenbauer, Diego Armando Maradona, Zico, Sócrates, Romário, Ronaldo e Ronaldinho - só para citar alguns. Nenhum deles, porém, sequer chegou perto dos feitos alcançados pelo maior atleta do século XX. “A importância de Pelé para o futebol é bem simples: ele é o próprio futebol. Cartões amarelos e vermelhos foram criados na década de 1960 para evitar as agressões das quais o craque era vítima”, explica o jornalista Nasser Najar.

Com sua importância cultural, foi Ministro do Esporte entre 1995 e 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Durante este trabalho, modernizou o futebol e trouxe a garantia dos direitos trabalhistas aos atletas profissionais. Além disso, sancionou a Lei Pelé, que determina a extinção da figura do passe nos contratos assinados por jogadores.

Se Pelé não é o futebol, pelo menos o brasileiro deve tudo, ou quase tudo, a ele. Seus passes e dribles estão eternizados pelos campos onde passou, e, claro, na memória dos brasileiros.

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