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Hacker da Vaza-Jato afirma à CPI que Bolsonaro pediu invasão às urnas

Além disso, Delgatti disse que que o ex-marqueteiro de Bolsonaro, Duda Lima, teria o aconselhado a criar um "código-fonte falso"

Geraldo Magela/Agência Brasil Geraldo Magela/Agência Brasil

O hacker Walter Delgatti disse durante depoimento à CPI dos atos golpistas nesta quinta-feira, 1, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria solicitado a ele que invadisse as urnas eletrônicas para “testar a veracidade das eleições”.

"Apareceu a oportunidade da deputada Carla Zambelli, de um encontro com o Bolsonaro, que foi no ano de 2022, antes da campanha. Ele queria que eu autenticasse a lisura das eleições, das urnas. E por ser o presidente da República, eu acabei indo ao encontro”, afirmou o hacker.

Além disso, ele alegou em seu depoimento que o ex-marqueteiro de Bolsonaro, Duda Lima, teria o aconselhado a criar um "código-fonte falso" com o intuito de ilustrar a capacidade hipotética de comprometer uma urna e manipular o processo eleitoral.

O hacker disse que a ideia seria pegar uma urna emprestada da Organização dos Advogados do Brasil (OAB) e, posteriormente, colocar um aplicativo dele para mostrar à população que seria possível apertar um voto e sair outro.

Delgatti não excluiu a hipótese de uma potencial invasão às urnas, mas ressaltou que, ao considerar o atual processo que envolve verificações e selagens, essa perspectiva se configura como uma "mera fantasia". Ele reiterou sua confiança na integridade do processo eleitoral.

Grampeamento contra Alexandre de Moraes

O hacker também comunicou à CPI que Bolsonaro alegou que o governo havia, de fato, conseguido realizar interceptações telefônicas no ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Além disso, o ex-presidente solicitou que o hacker assumisse a responsabilidade pela realização da escuta clandestina.

"E, segundo ele [Bolsonaro], eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo", afirmou o hacker.

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