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Goiana que sofreu abusos na Bélgica, morre com câncer

Segundo a família de Cristianny Fernandes de Sousa, de 30 anos, que morreu em Bruxelas, na Bélgica, por causa de um câncer no útero, ela sofreu abusos e foi mantida em cativeiro. A morte de Cristianny foi confirmada à família no domingo (9).

A reportagem entrou em contato com o Itamaraty por e-mail, às 15h28, da segunda-feira (10), questionando se já foram notificados sobre o caso e aguarda um retorno.

De acordo com sobrinha de Cristianny, Clea Gonçalves de Sousa, de 30 anos, ela se mudou para a Europa em 2019, após receber uma proposta de emprego na área de limpeza por parte de um homem que havia conhecido pela internet. O homem pagou as passagens e depois que ela chegou, a manteve em cárcere privado na casa dele.

Segundo Clea, a tia sonhava dar melhores condições de vida para as filhas, de 5 e 9 anos, que ficaram em Goiás.

“Ela chegou a relatar para a gente que havia sido estuprada pelo português que tinha feito a proposta de emprego. Ela disse que foram várias vezes”, contou a sobrinha.

Segundo a família, Cristianny conseguiu fugir do cativeiro com a ajuda de uma mulher e procurou a polícia, além de pedir ajuda para o Coletivo dos Brasileiros Sem Papeis da Bélgica, que a encaminhou para um hospital.

De acordo com Clea, a tia foi diagnosticada com o câncer, em decorrência da infecção causada pelos abusos.

"Ela lutou muito, fez quimioterapia e radioterapia, mas há dois meses estava muito debilitada. Ela disse que não tinha mais forças, não respondia ao tratamento”, contou.

Cristianny Fernandes de Sousa, durante tratamento contra o câncer em Bruxelas — Foto: Reporução\Facebook

A família agora tenta junto ao governo trazer o corpo de Cristianny para ser velado e enterrado na cidade em que morava, Aragoiânia, na Região Metropolitana de Goiânia.

Em nota, a Secretaria de Assuntos Internacionais do Governo de Goiás afirmou que foi notificada sobre a morte da goiana e que o processo de solicitação do auxílio funerário está em fase preparatória.

O governo tem o Programa de Auxilio Funerário aos Goianos Vitimados no Exterior, que atende familiares que não têm, comprovadamente, condições financeiras para promover o repatriamento.

Segundo a secretaria, a cobertura financeira corresponde ao valor referente à cremação do cadáver no local do óbito e despesas com o traslado de cinzas das vítimas.

Como a família disse que quer fazer o traslado do corpo em um caixão, para que seja velado, o governo informou que é possível que os parentes consigam utilizar o valor que seria referente à cremação e complementar o restante junto à funerária responsável.

O processo de liberação de pagamento para a funerária deve demorar, em média, de 5 a 10 dias.

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