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UFRJ: professor liderava formação de tráfico de fósseis

Um docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é suspeito de comandar um esquema de tráfico de fósseis na Chapada do Araripe, no extremo sul do Ceará. A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (22) a operação "Santana Raptor", com 100 agentes e, prendeu três suspeitos mostrados como intermediários do esquema. Além do professor, empresários donos de mineradoras também são alvos de investigações.

A PF afirmou em coletiva nesta quinta (sem revelar a identidade do funcionário), que ele mantinha contato mensalmente com empresários das pedreiras e os chamados "peixeiros", nos municípios de Santana do Cariri e Nova Olinda, no sul cearense. O local é conhecido internacionalmente pelos achados pré- históricos, e é destino de pesquisadores de várias partes do mundo, principalmente da Europa.

Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, dois deles no gabinete do professor e na sua residência no Rio de Janeiro. Peças provavelmente contrabandeadas foram apreendidas nos dois locais, segundo a PF. O celular, documentos e computador também foram confiscados. Ainda segundo a PF, o homem pagava uma espécie de salário aos atravessadores nas mineradoras cearenses e, além disso, havia a remuneração por cada peça enviada.

O tráfico desse material configura crime federal, e era feito nos últimos anos por pesquisadores que visitavam as minas e subtraiam peças fossilizadas, levando para países da Europa pelo mar ou em voos. A PF investiga esse esquema desde 2017.

Os fósseis saem da Bacia de Araripe custando pequenos valores, sendo posteriormente comercializados por cerca de R$ 20,00. Dependendo da peça,esse preço ainda no Ceará, pode chegar a R$ 10 mil.

Segundo o site Terra, um dos responsáveis pelas investigações, o delegado Alan Robson, diz que as peças são comercializadas em dólar ou euro à medida que saem do país. "Para além das perdas em dinheiro, é inestimável o valor histórico desse material".

Os investigados responderão por crimes de organização criminosa, usurpação de bem da União e crimes ambientais, com penas de até 16 anos de reclusão. "A apreensão realizada nos endereços objetiva elucidar a atuação dos investigados e de terceiros nos crimes, além de aprender os fósseis, com a prisão em flagrante dos respectivos possuidores", destacou o delegado.

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