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Casos de homicídio no Brasil não são solucionados por falta de estrutura

Um levantamento inédito feito pelo Instituto Sou da Paz revela que, em 11 estados, 70% dos homicídios não são solucionados e os culpados seguem impunes. Isso significa que sete, a cada dez casos de assassinatos, não têm as investigações concluídas.

Entretanto, há estados que são exemplos de eficiência quando o assunto é esclarecimentos dos fatos. No Distrito Federal, 92% dos casos de homicídios são esclarecidos em um prazo de até dois anos. O tamanho da população em relação aos outros estados e a pequena quantidade de crimes também ajudam a explicar o índice tão alto de solução, muito diferente do que se vê no restante do país.

No relatório mais recente, referente aos assassinatos cometidos em 2017, mostra que apenas 33,1% dos homicídios foram esclarecidos no Brasil, nisso com base nas informações de 10 estados e o Distrito Federal, sendo um percentual considerado baixo. Dos 20 mil assassinatos registrados nesses locais, 14 mil mortes não foram esclarecidas.

Falta de estrutura

Em uma pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas constatou-se que apenas 43% dos homicídios são resolvidos no Brasil, ao contrário da Europa onde 92% dos casos são solucionados.

Presidente da Assossiação dos Peritos Federais Criminais, Marcos Camargo explica que a falta de estrutura é o principal motivo para o índice ser tão baixo.

"Para você solucionar crime, você precisa do trabalho da perícia. A gente precisa de ciência para resolver crimes, métodologias cientificas. E isso, depende de capacitação, depende de estrutura e depende de recursos humanos." , explica o Presidente.

Júlio Jacobo, ator do mapa da violência no Brasil, pesquisa o assunto há mais de 60 anos e diz que além do pouco investimento, há também falta de vontade política. Para ele, o número de mortes pode ser bem maior.

"Tem cadáveres jogados no mar, na região amazônica. Nossos números são extremamente subestimados. O número de homicídios é muito maior e o número de solução de homicídios é muito menor do que se sabe oficialmente."

Diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo explica que se de fato o estado não investe em produção de dados em investigação de qualidade no trabalho do Ministério Público, eles vão aumentar a sensação de impunidade nos crimes mais graves de homicídios que "afetam as pessoas mais pobres, jovens e negros do Brasil".

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