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PMMA: conheça mais sobre o procedimento e seu uso na medicina

Essa a segunda matéria de uma sequência sobre esse assunto, dessa vez focamos em um lado que talvez vc não saiba do PMMA. Vamos conferir

Reprodução Reprodução

Como principal fonte para essa matéria foi consultado o CEO da empresa que distribui no Brasil e exterior o Biossimetric marca que tem como principal produto o PMMA, o farmacêutico Mauricio Olmedo e o médico Dr. Túlio Souza que se baseou em bibliografias médicas em livros e artigos científicos sobre a temática em questão.

DESCUBRA NA LEITURA DESSE TEXTO

Então, mas afinal de contas, o que é o PMMA?

Histórico do uso do Polimetilmetacrilato na medicina

E como/quando o Polimetilmetacrilato começou a ser utilizado para volumização?

E quais são as indicações do preenchimento definitivo com PMMA?

Qual opção devo escolher para volumização glútea, por exemplo?

Produtos erroneamente confundidos pela população com PMMA

Então, mas afinal de contas, o que é o PMMA?

O polimetilmetacrilato, ou PMMA, é um preenchedor definitivo utilizado em procedimentos estéticos ou reparadores com o objetivo de volumização e projeção.

Uma vez que possui moléculas biocompatíveis, é um material estável mesmo após décadas desde o implante inicial.

Além disso, o produto é utilizado na bioplastia, também conhecida como preenchimento definitivo.

Estimula a formação de tecido conjuntivo, a produção de colágeno e o ganho de volume em áreas estratégicas definidas pelo médico e o paciente, conforme a necessidade de cada caso (volumetria).

E o que é a volumetria nesse caso?

É um princípio básico da Bioplastia, que é a reposição de volumes almejando o objetivo estético ou reparador desejado.

Histórico do uso do Polimetilmetacrilato na medicina

O Polimetilmetacrilato tem um histórico de uso na área médica de longa data, a seguir alguns exemplos de sua utilização:

Ortopedia e PMMA: o PMMA foi primeiramente empregado em uma cirurgia ortopédica, por Charnley, em 1960, para fixação de uma prótese na articulação coxofemoral. Desde então, seu uso em ortopedia se tornou corriqueiro.

Neurocirurgia e PMMA: há relatos de uma reconstrução de calota craniana com uma placa de PMMA polimerizado realizada em 1940, o produto tem sido utilizado também com êxito em vertebroplastias.

Na Odontologia: a substância do Polimetilmetacrilato é largamente utilizada na confecção de moldes e próteses dentárias, desde 1936.

Na cirurgia torácica: o PMMA é empregado em esternectomias e costectomias, para reconstituição do arcabouço ósseo.

No campo da oftalmologia: o PMMA é empregado na confecção de lentes intraoculares.

Na cardiologia: o PMMA é utilizado na produção de marcapassos cardíacos.

Na otorrinolaringologia: o produto é útil na correção de fendas palatinas.

Podemos observar que o uso da substância na medicina não é novidade, mas o uso do PMMA não se limita a estas aplicações.

E como/quando o Polimetilmetacrilato começou a ser utilizado para volumização?

Primordialmente, em 1983, Lemperle e colaboradores, do Departamento de Cirurgia Plástica do Hospital St. Markus, em Frankfurt, Alemanha, utilizaram, pela primeira vez, o implante subdérmico de PMMA em um veículo coloidal, no caso, o colágeno bovino desnaturalizado, em ratos, tendo concluído que o material era seguro para aplicação em tecido subdérmico, como demonstrou em artigo publicado em 1991.

Enquanto em 1989, ainda em caráter experimental, o mesmo grupo iniciou a segunda fase de seu estudo, que chamou de investigação clínica, com a aplicação em humanos, para fins estéticos e reparadores.

Posteriormente, os primeiros resultados, publicados em 1995, confirmaram a viabilidade do procedimento.

Dessa forma, composto por microesferas de PMMA dispersas em colágeno bovino, foi o primeiro a ser lançado comercialmente, com o nome de Artecoll®, em uso clínico há mais de 25 anos.

Nesse histórico, podemos citar a importância de dois nomes importantes para o reconhecimento e utilização do PMMA na medicina, quais sejam o do cirurgião plástico alemão Gottfried Lemperle, pioneiro na pesquisa e utilização do PMMA para aumento de volume nos tecidos, e o cirurgião Dr. Almir Moojen Nácul, criador da técnica de bioplastia.

Assim, foi com esses dois mestres expoentes na utilização de Polimetilmetacrilato para a estética e volumização que o Dr Túlio Souza, ao longo de sua trajetória e formação médica, aprendeu sobre PMMA e preenchimento definitivo.

E quais são as indicações do preenchimento definitivo com PMMA?

Primeiramente, é preciso salientar que a utilização do PMMA como preenchedor definitivo pode se dar em uma série de situações. Dentre as principais indicações para aplicação podemos citar:

Ajuste de perdas e assimetrias volumétricas corporais e faciais

Harmonização glútea, nesse caso o paciente já sai do procedimento notando resultado, mas a média para o resultado definitivo é de 90 dias

Correção de lipodistrofia em pacientes soropositivos para HIV em uso de TARV (inclusive é recomendada a utilização do PMMA nesse caso pela própria OMS). No Brasil, tal procedimento também é oferecido pelo SUS.

Bioestimulação de colágeno e produção de tecido conjuntivo para redução da flacidez

Correção de depressão trocantérica – biotipo corporal que consiste no afundamento das laterais do quadril, seja por perda de gordura ou por formato muscular da região

Pacientes com grande perda de peso (pós-bariátrica) que desejam redefinir o contorno corporal

Pacientes com más formações genéticas que possuem a indicação de preenchimento definitivo para recuperação do volume muscular.

Autorizações para utilização de PMMA:

A FDA (Food and Drug Administration) autorizou o uso de PMMA para fins estéticos nos Estados Unidos desde 2006. No Brasil, o produto possui regulação pela ANVISA desde 2007.

Nesse caso, a ANVISA nos diz que o produto está autorizado para as seguintes aplicações:

-Correção de lipodistrofia: (alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo) provocada pelo uso de antirretrovirais em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

-Correção volumétrica: facial e corporal, que é uma forma de tratar alterações, como irregularidades e depressões no corpo, fazendo o preenchimento em áreas afetadas por meio de bioplastia.

Por exemplo, como produtos registrados e liberados para utilização pelo profissional médico, dotado de CRM válido, temos os seguintes segundo a entidade brasileira:

Linnea Safe: Polimetilmetacrilato produzido pelo laboratório Lebon.

Utiliza a tecnologia UMSS (Uniform Microsphere Smooth Surface), para maior segurança e resultados a longo prazo, conforme a literatura científica.

Esse produto possui Registro no Ministério da Saúde- ANVISA sob nº 80256510006.

Biossimetric: Polimetilmetacrilato produzido pela MTC Medical Comércio Indústria e Exportação de Produtos Biomédicos Ltda.

Possui Registro no Ministério da Saúde- ANVISA sob nº 80434370001.

Além disso, criada em 2018, a Recomendação do Consenso Brasileiro sobre o Uso do Preenchimento de Polimetilmetacrilato na Estética Facial e Corporal foi um marco.

Só para ilustrar, esse estudo, coordenado pelo Dr. Túlio Souza, reuniu a vivência clínica de 36 médicos de diferentes especialidades.

Ao longo de mais de dez anos de experiência na aplicação de PMMA, os profissionais atenderam mais de 85 mil casos de implantes infiltrativos, de onde é possível extrair conhecimento suficiente para nortear a técnica.

Além disso, salienta-se que é prerrogativa de médico com CRM válido o uso de PMMA para volumização de regiões corporais e faciais.

Qual opção devo escolher para volumização glútea, por exemplo?

Antes de mais nada, sabendo das opções disponíveis, é importante lembrar que é você quem deve escolher a opção que mais se adapte às suas necessidades a partir de uma análise conjunta com o médico de sua confiança.

Seguindo, possuímos basicamente 3 opções consideradas válidas para o aumento do volume no glúteo:

Preenchimento Definitivo com PMMA

Lipoenxertia de gordura

Prótese Glútea

Finalmente, falaremos agora sobre produtos proibidos para utilização em volumização estética, por muito tempo confundidos de forma errônea com o Polimetilmetacrilato.

Produtos erroneamente confundidos pela população com PMMA

Hidrogel x PMMA

Antes de tudo, do ponto de vista médico, a principal diferença entre o hidrogel e o PMMA está relacionada a falta de compatibilidade biológica da poliamida, polímero presente na composição do hidrogel, que levou a não renovação do registro do Hidrogel em março de 2014 pela ANVISA e a constatação de que a poliamida não é biologicamente compatível com o corpo humano.

Silicone Líquido X PMMA

O silicone líquido é composto por cadeias de dimetilsiloxano, um polímero desenvolvido para uso industrial sem estudos direcionados para sua aplicação no aumento de tecidos moles.

Enquanto isso, o PMMA é utilizado como preenchedor há décadas, encontrando-se hoje em sua quarta geração, um produto livre de impurezas, com microesferas de tamanho regular e superfície nano texturizada, fatores que reduzem consideravelmente o risco de granuloma, infecção, alergia, rejeição e aumentam a fixação e o estímulo à produção de colágeno.

A aplicação de PMMA é um procedimento com baixo índice de complicações

Sabemos que todo procedimento médico traz consigo riscos inerentes, pois não há procedimento médico que haja comprovação científica de 100% de segurança.

Desse modo, resolvemos trazer alguns dados da literatura que atestam o baixo índice de complicação do PMMA em comparação com outros métodos de volumização.

Da mesma forma, em 2018, a revista Aesthetic Plastic Surgery publicou o estudo/consenso, conduzido pelo Dr Túlio Souza e o Dr Gottfriede Lemperle, que analisou mais de 85 mil casos de implantação do produto realizados por cerca de 36 médicos brasileiros, e o índice de complicações do preenchimento com o PMMA foi de 0,823%.

Semelhantemente, outro estudo da FDA (Food and Drug Administration), entidade que equivale à ANVISA dos Estados Unidos, analisou 3.782 casos de complicações que envolviam preenchimentos com diversas substâncias, incluindo o PMMA.

O resultado foi o seguinte:

44% – eram complicações de ácido hialurônico

40% – eram complicações com ácido poli-lático (Sculptra)

15% – complicações com hidroxiapatita de cálcio (Radiesse)

1% – complicações por PMMA

Parte desse baixo índice de complicações do polimetilmetacrilato se deve ao fato de o preenchimento com PMMA utilizar cânulas de ponta romba, ou seja, que não dilaceram os tecidos durante o procedimento.

E o que devo cuidar ao procurar um profissional para aplicação do PMMA?

É importante salientar, antes de tudo, que o PMMA é um produto de uso exclusivamente médico no que se refere à volumização corporal, desconfie se o profissional não é médico com CRM ativo.

Além disso, é um produto reconhecido pela própria OMS, pela FDA e registrado na ANVISA.

Desse modo, quando feito por médico experiente, em uma clínica (ou hospital) com alvará de funcionamento e ambiente estéril, possui baixos índices de complicação.

Portanto, com esse texto, esperamos ter auxiliado você na busca por mais informações a respeito do PMMA e suas inúmeras possibilidades de utilização.

Por fim, lembre-se: na dúvida, sempre procure seu médico de confiança.

Um bom fim de semana!

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