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Por que a Barbie sexóloga não existe?

Trend Barbie Selfie generator

Imagem ilustrativa da imagem Por que a Barbie sexóloga não existe?

No próximo mês de julho será lançado o filme da Barbie e a trend do momento é o “Barbie selfie generator” onde você pode se transformar em Barbie ou Ken e editar o texto do post como quiser, menos se transformar em uma Barbie sexóloga.

Tive essa surpresa quando resolvi entrar na trend. A palavra sexóloga não aparece inteiramente e sim com asteriscos *. Isso mostra como o sexo ainda é tabu e as redes sociais e aplicativos não separam o “joio do trigo”. Você acha que isso seria possível?

Precisamos sim proteger nossas crianças e adolescentes de conteúdos perigosos e bizarros relacionados à sexualidade, de conteúdos que trazem pornografia, sexo explícito para crianças e adolescentes que não têm a capacidade de discernir e escolher ainda o que é bom para si mesmos.

Mas a Barbie sexóloga ou Educadora Sexual pode ensinar sobre afeto, carinho, emoções, sensações, autocuidado, autoamor, autoestima e inclusive sobre prevenção de abuso sexual. Nosso corpo é sagrado e merece respeito.


		Por que a Barbie sexóloga não existe?
Fonte: Reprodução

Uma sexóloga não é alguém que só fale de sexo e relação sexual. A Sexologia é uma área de atuação dentro da Ginecologia. Você sabia disso? É preciso fazer uma formação para atuar nessa área e se submeter a uma prova de título. Psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas e pedagogos também podem fazer formações específicas para atuarem nessa área.


		Por que a Barbie sexóloga não existe?
Fonte: Reprodução

Dentro da Sexologia temos um árduo e lindo trabalho, que vai desde orientações quanto à anatomia, fisiologia da resposta sexual, mudanças corporais e emocionais nas diferentes fases da vida até tratamento das Disfunções Sexuais. É possível também acolher diferentes gêneros e orientações sexuais nesse colorido e às vezes complexo mundo da diversidade. Você sabia que o risco de depressão e suicídio é maior na população LGBTQIA+ ? A discriminação, infelizmente, ainda é uma realidade. O Brasil é o país onde mais se mata a população LGBTQIA+ no mundo. E matam sem motivo, a troco de nada.

Com quem você tem total liberdade para falar de sexo? Tirar dúvidas e aprender novidades nessa área? Sim!!!! Sexualidade é aprendizado!!!

A maioria das pessoas não tem coragem de falar sobre o assunto com ninguém. E vai se virando pela vida.

A ignorância no tema é responsável por muitas disfunções sexuais e términos de relacionamentos.

Mulheres que nunca tiveram orgasmo e não conhecem o próprio corpo, continuam fingindo porque acham que esse é o melhor caminho. Homens que acham que são menos homens porque perderam a ereção na última transa.

A maioria das pessoas ainda pensa que falar de educação sexual é incentivar o início precoce da vida sexual. Quero informar que essas pessoas estão enganadas. Vários trabalhos mostram que adolescentes bem informados irão iniciar a vida sexual mais tarde, por escolha e não por curiosidade.


		Por que a Barbie sexóloga não existe?
Fonte: Reprodução

Faz parte ainda do nosso trabalho auxiliar as pessoas na busca de um sexo prazeroso e seguro, falando inclusive sobre prevenção de ISTs ( Infecções sexualmente transmissíveis ) e contracepção. 50% das gestações no mundo não são planejadas, apesar de dispormos de métodos contraceptivos altamente seguros. Onde está a falha? Será que a falta de uma educação sexual verdadeira contribui com esses números?

A iniciação sexual no Brasil se dá por volta de 15,4 anos , conforme dados do Estudo de Vida Sexual do Brasileiro, realizado pela professora Carmita Abdo, na USP de São Paulo. E observa-se tendência a uma diminuição nessa idade. Isso é preocupante, pois o cérebro do adolescente não tem maturidade suficiente para avaliar as consequências do início da vida sexual , prevenir ISTS e uma gestação indesejada.

Muitas são as reflexões que a figura da Barbie nos traz. Já ouvi relatos de pessoas que desenvolveram traumas na infância por não terem condições de ter uma Barbie, enquanto outras tiveram inúmeras Barbies.

Por outro lado, a Barbie traz um conceito de beleza padronizado. É comum escutar nos consultórios dos cirurgiões plásticos o pedido para que as transformem em uma Barbie, com aquela “cinturinha de pilão”.

Não me lembro de ter tido uma Barbie! E também não me lembro de ter sentido falta.

Me lembro de ter tido uma Susie, já ouviram falar da Susie? Ela era a sensação antes da Barbie!! Ganhei de uns amigos dos meus pais e uns amigos meus estragaram minha boneca. Isso eu me lembro com pesar.

Mas o que mais me lembro mesmo foi do bebê negro que ganhei na adolescência, num amigo secreto de fim de ano. E me lembro da alegria que senti por ter ganhado um bebê diferente. Enquanto todos os outros tinham bebês loiros, de olhos azuis, eu tinha o meu bebê negro. Talvez seja por isso que eu continuo gostando tanto de conviver com a diversidade e enxergando tanta beleza nas diferenças. As diferenças colorem a vida! As diferenças nos fazem crescer.

Incrível como uma simples boneca tem tantos significados e nos permitem tantas reflexões. E nem falei da pegada mais feminista que o novo filme da Barbie promete!

Tantas reflexões me fazem ver o quanto os diferentes aspectos da nossa vida estão permeados pela nossa sexualidade. A sexualidade faz parte de nós e merece ser valorizada, admirada, respeitada. A sexualidade já foi marginalizada demais e vista como algo impróprio e sujo.

Que possamos resgatar nossa sexualidade e vivê-la de forma plena e bela!

Todos nós temos o direito de viver com mais saúde sexual e muito prazer! Afinal, o prazer é todo seu!

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