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Cozinha, história, prosa e afeto pro mês das mães

E no mês das mães, nada melhor que um mergulho em nossas lembranças, em nossas histórias onde a culinária esteve presente.

Que a grande base da culinária é de cozinha afetiva, não é segredo. Vem rodeada de histórias, várias prosas e muitas lembranças. Você pode comer uma massa com molho sofisticado de um super chefe, apreciá-la, mas jamais vai esquecer aquele macarrão que comia em casa na infância, seja ele o mais simples. Impossível esquecer os bolinhos de chuva da vovó na hora do lanche da tarde, os almoços servidos todos os dias assim que chegava da escola, bem na hora dos desenhos na televisão. Na sempre o arroz e o feijão, de lei, muita verdura e a mãe gritando na cozinha pra desligar a televisão, porque na hora da comida tem que se sentar à mesa.

O incrível é como todo sentimento envolvido em cada lembrança, faz o sabor de cada prato ter sua presença e valor específico, parece ser impossível fazer uma réplica idêntica. Comida feita com amor, que tem história, que tem uma pitada secreta que ninguém sabe o que é, fica gravada em cada de um de nós. Um dia você passa em uma rua, sente um cheiro de pão de queijo, já se lembra automaticamente de uma tia ou alguém próximo, de uma tarde de prosa entre os adultos e uma bandeja cheia de pães de queijo quentinhos. Pelo menos as minhas recordações são assim. Eu ainda lembro dos lanches que ela mandava nos meus acampamentos com a escola, pão recheado de carne moída e pro almoço arroz com frango e pequi, ninguém nunca fez um igual o dela. Só para constar aquele pão com carne moída, hoje eu sirvo em eventos como " Buraco Quente" ficou chique.

O café por exemplo, desde pequena tomei café literalmente melado, minha avó e minha mãe sempre adoçavam. Hoje aprecio o café coado, grãos especiais e sem açúcar, mas ainda tomo todos os dias o cafézinho preto doce, porque é a memória que eu guardei delas, me faz sentir um pouco da infância de quando elas estavam aqui, é um hábito. A carne de panela oleosa e saborosa, o macarrão frito no extrato, o arroz de forno, que era sobra de tudo que tinha sido servido no almoço, misturados e levados ao forno, com uma camada de queijo ralado por cima para gratinar. Jamais desrespeitaria a lembrança dessas refeições, eram as melhores e o que encaixava nas nossas condições financeiras.

As pessoas crescem, o tempo voa, atualizamos nossos ciclos de pessoas, perdemos pessoas, vamos criando novas percepções e conhecendo novos pratos, novas culturas, mergulhamos em novos horizontes, degustamos pratos que jamais imaginamos que existiam e às vezes até cozinhamos criações próprias, mas as raízes estão ali. Volta e meia você volta pra casa ou visita alguém, toma um café, faz uma refeição que te traz de volta ao lar. Sabemos que todos temos experiências diferentes, foram criados por pessoas aleatórias, parentes, nem sempre uma mãe, mas alguém que de certa forma representou a figura de uma, um alguém que sempre será lembrado na sua vida por uma refeição que te serviu, indenpendente da sua classe social, seja de um bolo de chocolate feito com achocolatado barato à um feito com um chocolate em pó das melhores marcas. O que importa é quem fez e que sentimento foi compartilhado naquele momento.

Estamos em Maio, o mês das mães, nada melhor que lembranças, afeto e amor, para descreve-las. Minha mãe adorava cozinhar para multidões de pessoas e para família, eu assistia e aprendia, eu não perguntava como ela fazia e nem ela me ensinava devido a correria, eu só prestava atenção, assim eu consegui aprender o necessário e desenvolver o meu jeito de fazer as preparações. Aprendi que cada pessoa tem sim sua marca, seu jeito na cozinha, mas eu carrego todo conhecimento que aprendi com minha mãe, minha avó, e utilizo como base para minhas produções culinárias hoje em dia.

Dito isso, não podemos deixar de lado umas receitas bem caseiras e cheias de afeto para esse mês das mães. Vou postando durante todo o mês de Maio, essas receitinhas, quem sabe que memória pode despertar?

Rosquinhas recheadas de coco


		Cozinha, história, prosa e afeto pro mês das mães
Willa Borges

Massa

>3 ovos em temperatura ambiente

>300ml de leite morno

>2 colheres de manteiga derretida(pode ser margarina)

>7 colheres de açúcar

>1 colher de chá de sal

>800g de farinha de trigo

>20g de fermentobiológico seco

>2 gemas batidas

Recheio

>4 colheres de manteiga

>2 pacotes de coco ralado adocicado ou misture o coco com açúcar

Finalização

>1 caixinha de leite condensado

>300 ml de leite

>1 pacote de coco ralado

Modo de preparo

Em uma tigela despeje o leite morno, o fermento, o sal, o açúcar e misture até dissolver um pouco. Em seguida vai adicionando os ovos, a manteiga derretida e continue misturando. Logo vai acrescentando a farinha aos poucos, assim que ficar consistente vai sovando (recomendo polvilhar farinha em uma bancada para facilitar na hora de sovar), sove a massa por no mínimo 10 minutos ou até que a massa fique bem lisa, aveludada. Depois coloque-a em um bowl ou tigela, cubra com um paninho úmido e deixe em local com uma temperatura alta, (próxima ao forno, exposta ao sol), e deixe descansar por 40 min.

Enquanto a massa descansa você pode misturar o recheio, é só acrescentar a manteiga e o coco em uma tigela e misturar, reserve.

Assim que a massa dobrar de volume, você dividi em algumas porções e abre com o rolo de massa, espalha o recheio e enrola como um rocambole, corta na espessura um dedo indicador, uns 18 cm. Unte uma forma com manteiga e farinha, coloque as rosquinhas, pincele as gemas e leve ao forno pré-aquecido a 180°C, de 20 á 30 min ou até que estejam douradas, depende a potência do seu forno.

Para finalizar, misture o leite e o leite condensado, despeje sobre as rosquinhas e polvilho o coco ralado. Agora é só servir.

Essa receita de massa eu utilizo para salgados assados e enroladinhos de queijo também..

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