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Um menino goiano gênio

Um aplicativo de celular para auxiliar o desloca­mento de pessoas com deficiência visual pelas ruas do país. Essa é a ideia do pequeno João Henrique Rinaldi, de 11 anos, aluno do 5º ano do Ensino Funda­mental, em Goiânia. A sua propos­ta se transformou em Projeto de Lei que será votado no próximo dia 26, na Câmara dos Deputados.

A ideia de João Henrique foi desenvolvida dentro do Projeto Câmara Mirim, da Câmara dos Deputados, e selecionada por con­sultores legislativos da Casa. A pro­posta está entre as três finalistas que serão discutidas em reunião da Comissão de Constituição e Jus­tiça, no próximo dia 25 de outubro. O Projeto Câmara Mirim agrega ideias de colégios de todo o país.

O aplicativo terá um coman­do de voz para que os deficien­tes visuais possam se locomover com segurança em vias públicas. Se aprovada, a proposta vai virar lei, que será fiscalizada pelas pre­feituras. Os recursos para desen­volver o aplicativo serão oriundos de multas de trânsito. O nome do projeto é Visão Waze.

Segundo o autor do projeto, com esse aplicativo as pessoas conseguiriam transitar pelas ruas utilizando apenas os comandos de voz no celular. “O deficiente vi­sual define seu local preferido, por exemplo a casa dele, o trabalho, a escola. O aplicativo através do co­mando de voz irá orientar a sua locomoção com segurança pelas ruas promovendo a sua inclusão social”, explica João Henrique.

Para a professora da turma de João Henrique, Mariana Guima­rães, esse é um importante exercício de representação política que traba­lha a cidadania e a democracia. “Já faz três anos que participamos des­sa atividade e agora tivemos a felici­dade de termos um projeto selecio­nado entre quase mil apresentados. Estamos na torcida para que a pro­posta seja aprovada”, diz.

Já o pequeno gênio comemora o fato de poder ajudar pessoas com dificuldade de locomoção. Ele es­pera que o projeto seja aprovado e que as pessoas tenham a ajuda de que precisem. Para João Henrique, a sociedade precisa desenvolver ações de acessibilidade para tor­nar o mundo melhor.

CÂMARA MIRIM

Promovido anualmente pelo Plenarinho, o portal infanto juve­nil da Câmara dos Deputados, o Câ­mara Mirim é um programa de si­mulação da atividade parlamentar no qual crianças e adolescentes são incentivados a redigir projetos de lei e defendê-los no Plenário. Durante dois dias, alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental, das redes pú­blica e privada, de diversas cidades do país, fazem o papel de deputa­dos, cabendo a eles debater e votar três projetos de lei selecionados en­tre os que foram enviados ao Plena­rinho ao longo do ano.

O objetivo do programa é conscientizar alunos de ensino fundamental sobre o trabalho parlamentar, ressaltando a im­portância, no Parlamento, do diá­logo e do respeito às ideias con­trárias, além de contribuir para o desenvolvimento do espírito críti­co das crianças, por meio da ob­servação de problemas do dia­-a-dia e da busca por soluções.

DEFICIÊNCIA VISUAL

No Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com de­ficiência visual, sendo 582 mil ce­gas e seis milhões com baixa vi­são, segundo dados da fundação com base no Censo 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE).

Segundo dados do World Re­port on Disability 2010 e do Vi­sion 2020, a cada 5 segundos, 1 pessoa se torna cega no mundo. Além disso, do total de casos de cegueira, 90% ocorrem nos paí­ses emergentes e subdesenvolvi­dos. Estima-se que, até 2020, o nú­mero de pessoas com deficiência visual poderá dobrar no mundo.

Porém, a Organização Mun­dial da Saúde (OMS) aponta que, se houvesse um número maior de ações efetivas de prevenção e/ ou tratamento, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados. Ainda segundo a OMS, cerca de 39 milhões de pessoas no mun­do são cegas e outras 246 milhões têm baixa visão.

Glaucoma, retinopatia diabéti­ca, atrofia do nervo óptico, retino­se pigmentar e degeneração macu­lar relacionada à idade (DMRI) são as principais causas da cegueira na população adulta. Entre as crianças, as principais causas são glaucoma congênito, retinopatia da prema­turidade, catarata congênita e toxo­plasmose ocular congênita.

O deficiente visual define seu local preferido, por exemplo a casa dele, o trabalho, a escola. O aplicativo através do comando de voz irá orientar a sua locomoção com segurança pelas ruas promovendo a sua inclusão social”

João Henrique

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